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Principais Tendências Tecnológicas de 2025 e seus Impactos na Proteção de Dados: Desafios e Oportunidades

28/1/25
imagem de um cadeado cibernético

O ano de 2025, marca um novo patamar na transformação digital, impulsionada por avanços em Inteligência Artificial (IA), redes 5G, computação quântica e Internet das Coisas (IoT), inovações que abrem oportunidades extraordinárias, mas também trazem novos desafios para a privacidade e à proteção de dados pessoais. Em um cenário onde mais de 50% das empresas globais sofreram pelo menos um incidente de vazamento de dados nos últimos dois anos1, garantir a privacidade e proteção de dados pessoais tornou-se um pilar estratégico para a sustentabilidade dos negócios e da sociedade.

Entre as principais inovações de 2025, destaca-se a INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, que continua a revolucionar setores como saúde, varejo e finanças. Entretanto, sua eficiência depende do uso massivo de dados, muitas vezes pessoais, expondo indivíduos a riscos de privacidade. A adoção de práticas como anonimização e desenvolvimento de algoritmos explicáveis será essencial para garantir transparência e conformidade regulatória.

Na mesma direção, a expansão das REDES 5G e a conectividade de dispositivos IoT prometem transformar o cotidiano, integrando desde casas inteligentes até veículos autônomos. No entanto, o aumento exponencial de dispositivos conectados também amplia a superfície de ataque para cibercriminosos, exigindo padrões globais de segurança e privacidade desde o design.

No campo da CIBERSEGURANÇA, 2025 será marcado por soluções híbridas que combinam IA e intervenção humana para enfrentar ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados. Sistemas preditivos, que utilizam IA para identificar e neutralizar ameaças antes que causem danos, e modelos Zero Trust, que garantem acesso controlado e segmentado aos dados, serão tendências-chave. A adoção de estratégias como autenticação multifatorial (MFA), criptografia avançada e educação digital será essencial para proteger a privacidade e prevenir violações.

Uma tendência emergente em 2025 é a crescente preocupação com os NEURODIREITOS, que buscam proteger os dados neurológicos coletados por interfaces cérebro-computador. Essas tecnologias, amplamente aplicadas em áreas como saúde, entretenimento e segurança, têm o potencial de acessar padrões cerebrais únicos, capazes de revelar pensamentos, emoções e intenções, criando um desafios éticos e jurídicos significativos, sobretudo no que diz respeito à privacidade.

Dentro desse panorama, a biometria cognitiva tem se destacado como uma área de grande potencial. Avanços em tecnologia vestível e inteligência artificial permitiram que dispositivos de consumo, como interfaces cérebro-computador, headsets de realidade estendida e wearables de fitness, processassem e transmitissem dados sobre estados mentais humanos — cognitivos, afetivos e conativos. Essas inovações oferecem benefícios significativos em áreas como saúde, bem-estar e entretenimento, por meio da coleta e processamento de dados biométricos cognitivos. No entanto, também trazem à tona preocupações relacionadas ao uso indevido de dados sensíveis e aos riscos associados à exposição de informações profundamente íntimas. Por exemplo, empresas podem explorar esses dados para fins comerciais, enquanto governos poderiam utilizá-los para práticas de vigilância em massa, o que poderia violar direitos fundamentais e comprometer a privacidade individual.

Além dos neurodireitos, surge o conceito de neuroduty que debate os impactos éticos e sociais da modificação voluntária das capacidades cerebrais, seja para aprimoramento cognitivo, aumento da produtividade. A questão central é: Os neurodireitos foram propostos como uma forma de proteger e garantir contra o uso de neurotecnologias que poderiam causar uma interrupção da identidade pessoal, privacidade, liberdade cognitiva e integridade mental. Mas o que acontece quando um indivíduo livre e voluntariamente decide precisamente alterar sua identidade pessoal, privacidade, liberdade cognitiva e/ou integridade mental? Ao contrário dos neurodireitos que protegem, entre outros neurodireitos, a identidade pessoal, existe um neurodever de preservar a identidade?

Essas questões evidenciam a necessidade de um diálogo global para equilibrar os benefícios dessas tecnologias com os direitos individuais. Regulamentações claras e inclusivas serão cruciais para garantir que a inovação não sacrifique a privacidade, a autonomia e a ética. O desafio de 2025 será construir um futuro em que neurodireitos e neurodeveres coexistam de maneira responsável e harmoniosa.

Por fim, um dos pilares mais importantes para a proteção de dados pessoais é a educação e conscientização. Em um mundo cada vez mais digital, onde os dados pessoais são coletados, processados e compartilhados em escala sem precedentes, a falta de conhecimento sobre práticas seguras e direitos digitais pode levar a violações de privacidade com consequências devastadoras.

Neste contexto, o Dia Internacional da Proteção de Dados, celebrado em 28 de janeiro de 2025, surge como uma oportunidade crucial para promover uma cultura de segurança, privacidade e proteção de dados pessoais. Campanhas globais podem ensinar os cidadãos a adotar medidas simples, mas eficazes, como o uso de gerenciadores de senhas, a autenticação multifatorial (MFA) e práticas de navegação segura. Além disso, é essencial conscientizar as pessoas sobre seus direitos, como o acesso, a correção e a exclusão de seus dados pessoais.

Para as organizações, a data serve como um chamado à ação para adotar a abordagem Privacy e Security by Design, que integra a privacidade e a segurança desde as etapas iniciais do desenvolvimento de produtos e serviços, pois empresas que investem em privacidade não apenas reduzem riscos, mas também ganham a confiança de seus clientes, diferenciando-se em um mercado cada vez mais competitivo.

Com efeito, a inovação tecnológica e a proteção de dados pessoais não precisam estar em conflito entre si. Com regulamentações claras, práticas de segurança robustas e conscientização global, podemos aproveitar o melhor das novas tendências tecnológicas enquanto garantimos o respeito à privacidade individual. A proteção de dados é um direito de todos – e protegê-la é um dever de cada um de nós!

Feliz dia da Privacidade!

Tatiana Coutinho

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Notas:

1 i Security Report - 54% das empresas nacionais enfrentaram violações de segurança cibernética em 2023. Disponível em: https://securityleaders.com.br/54-das-empresas-nacionais-enfrentaram-violacoes-de-seguranca-cibernetica-em-2023/ . Acesso em 27.Jan.2025.

Créditos da Imagem: Shutterstock

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